quinta-feira, 21 de maio de 2009

OBRAS E AUTORES DE DESTAQUE

MONTEIRO LOBATO
(1882-1948): famoso por suas histórias infantis, foi também um polêmico intelectual e grande crítico da defasagem material e mental do povo brasileiro, bem como da imitação dos modelos estrangeiros e do nacionalismo ufanista. O personagem Jeca Tatu, da obra “Urupês”, típico caipira acomodado do interior paulista, é um retrato da sua crítica ao anacronismo do interior do Brasil. Na famosa obra infantil “O Sítio do Pica-pau amarelo”, difundia valores morais e conhecimentos sobra a cultura e a língua brasileira.







AUGUSTO DOS ANJOS
(1884-1914): por muitos considerado como simbolista, pode ser enquadrado no Pré-modernismo por ostentar em sua obra a mistura de diversos elementos. No entanto, sua poesia“antilírica” representa uma experiência jamais vista na literatura mundial. O vocabulário, por vezes agressivo e escatológico, é utilizado na exposição de temas como a prostituição, a decomposição dos cadáveres, a morte, as substâncias químicas componentes do corpo humano, etc., que revelam, além da análise científica, tendências pessimistas e dores existenciais. O choque trazido pela introdução de temas e termos nunca antes tomados como poéticos ajuda a compor o prenúncio da renovação modernista que estava por acontecer.

LIMA BARRETO
em diversas obras, a exemplo de “Clara dos Anjos”, combate o preconceito racial e a segregação social dos negros e mulatos. Também retrata criticamente diversos acontecimentos históricos da República brasileira. Sua principal obra foi “Triste fim de Policarpo Quaresma”, que retrata as frustrações de um funcionário público brasileiro diante da realidade política do país. Foi por muitos criticado pelo uso de uma linguagem simples nas suas obras.

EUCLIDES DA CUNHA
EUCLIDES DA CUNHA (1866-1909): na obra “Os Sertões”, traz uma análise histórica e também científica da realidade do sertanejo, retratando a Guerra de Canudos (ocorrida no Sertão baiano entre 1896 e 1897) a partir de uma perspectiva social que revela a defasagem civilizatória do Nordeste (isolado política e economicamente do resto do país) como uma das causas do conflito.


Cena do filme brasileiro Guerra de Canudos, dirigido por Sérgio Rezende. O tema também foi abordado por Euclides da Cunha em Os Sertões, o que reflete o interesse crítico pela realidade brasileira.


Ao longo da Primeira República (1889-1930), os movimentos sociais no campo dividem-se em três grandes grupos: os caracterizados pela combinação de conteúdo religioso com carência social; e os que simplesmente fizeram reivindicações sociais, sem conteúdo religioso.
Entre os casos pertencentes ao primeiro grupo, estão a Revolta de Canudos e o movimento centrado na figura do Padre Cícero Romão Batista. Sobre esse movimento, ocorrido entre 1872 e 1924 na cidade cearense de Juazeiro, informa-nos Boris Fausto:
"(...) O padre começou reunindo fiéis para rezar nos desastrosos períodos de seca. Logo ganhou fama de milagreiro e passou a reunir adeptos em número crescente. Estes passaram a residir em Juazeiro ou a visitá-lo em grandes romarias.
O padre Cícero chocou-se com as autoridades da Igreja Católica e, ao mesmo tempo, integrou-se no sistema coronelista. Ele se transformou em um misto de padre e coronel que se envolveu com suas forças militares, nas lutas políticas da região. Sua gente disciplinada foi posta a serviço de atividades diversas. Na época da colheita do algodão, milhares de moradores do Juazeiro, em sua maioria mulheres, dirigiam-se ao sertão da Paraíba. A mão-de-obra necessária à construção de açudes, nos anos 1920, foi recrutada graças a seu prestígio. Mesmo após sua morte, em 1934, a devoção ao Padre Cícero continuou no Nordeste, chegando a nossos dias"
Lavrador de café, Candido Portinari

O Pré-Modernismo se caracteriza não por ser um movimento literário, mas sim de transição.Nesse momento começam a surgir as Vanguardas Artísticas Européiasno Brasil começa-se a monstrar as diversas regiões com seus respectivos problemas. O Pré-Modernismo é a época do nacionalismo temático:crítico e contestador.Os tipos humanos marginalizados ganharam espaços nas obras literárias.Alguns autores optaram pela poetizaçao da linguagem científica, outros preferiram o uso de regionalismos


Momento Histórico


Enquanto a Europa se prepara para a Primeira Guerra Mundial, o Brasil começa a viver, a partir de 1894, um novo período de sua história republicana: com a posse do paulista Prudente de Morais, primeiro presidente civil, inicia-se a "República do café-com-leite", dos grandes proprietários rurais, em substituição a "República da Espada" (governos do marechal Deodoro e do marechal Floriano). É a áurea da economia cafeeira no Sudeste; é o movimento de entrada de grandes levas de imigrantes, notadamente os italianos; é o esplendor da Amazônia com o ciclo da borracha; é o surto de urbanização de São Paulo.
Mas toda esta prosperidade vem deixar cada vez mais claros os fortes contrastes da realidade brasileira. É, também, o tempo de agitações sociais. Do abandono do Nordeste partem os primeiros gritos da revolta. Em fins do século XIX, na Bahia, ocorre a Revolta de Canudos, tema de Os sertões, de Euclides da Cunha; nos primeiros anos do século XX, o Ceará é o palco de conflitos, tendo como figura central o padre Cícero, o famoso "Padim Ciço"; em todo o sertão vive-se o tempo do cangaço, com a figura lendária de Lampião.
O Rio de Janeiro assiste, em 1904, a uma rápida mais intensa revolta popular, sob o pretexto aparente de lutar contra a vacinação obrigatória idealizada por Oswaldo Cruz; na realidade, tratava-se de uma revolta contra o alto custo de vida, o desemprego e os rumos da República. Em 1910, há outra importante rebelião, desta vez dos marinheiros liderados por João Cândido, o "almirante negro", contra o castigo corporal, conhecida como a "Revolta de Chibata". Ao mesmo tempo, em São Paulo, as classes trabalhadoras sob a orientação anarquista, iniciam os movimentos grevistas por melhores condições de trabalho.
Essas agitações são sintomas de crise na "República do café-com-leite", que se tornaria mais evidente na década de 1920, servindo de cenário ideal para os questionamentos da Semana da Arte Moderna

Pré-Modernismo


O pré-modernismo deve ser situado nas duas décadas iniciais deste século, até 1922, quando foi realizada a Semana da Arte Moderna. Serviu de ponte para unir os conceitos prevalecentes do Realismo, Naturalismo, Parnasianismo e Simbolismo.
O pré-modernismo não foi uma ação organizada nem um movimento e por isso deve ser encarado como fase.
Não possui um grande número de representantes mas conta com nomes de imenso valor para a literatura brasileira que formaram a base dessa fase.
O pré-modernismo, também conhecido como período sincrético. Os autores embora tivessem cultivado formalismos e estilismos, não deixaram de mostrar inconformismo perante suas próprias consciências dos aspectos políticos e sociais, incorporando seus próprios conceitos que abriram o caminho para o Modernismo.
Essa foi uma fase de uma grande transição que nos deixou grandes jóias como Canaã de Graça Aranha; Os Sertões de Euclides da Cunha; e Urupês de Monteiro Lobato.
O que se convencionou em chamar de Pré-Modernismo, no Brasil, não constitui uma escola literária, ou seja, não temos um grupo de autores afinados em torno de um mesmo ideário, seguindo determinadas características. Na realidade, Pré-Modernismo é um termo genérico que designa toda uma vasta produção literária que caracterizaria os primeiros vinte anos deste século. Aí vamos encontrar as mais variadas tendências e estilos literários, desde os poetas parnasianos e simbolistas, que continuavam a produzir, até os escritores que começavam a desenvolver um novo regionalismo, outros preocupados com uma literatura política e outros, ainda, com propostas realmente inovadoras.
Por apresentarem uma obra significativa para uma nova interpretação de realidade brasileira, bem como pelo valor estilístico, limitaremos o Pré-Modernismo ao estudo de Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Augusto dos Anjos. Assim, abordaremos o período que se inicia em 1902 com a publicação de dois importantes livros - Os sertões, de Euclides da Cunha e Canaã, de Graça Aranha - e se estende até o ano de 1922, com a realização da Semana da Arte Moderna.
Pré-Modernismo
A realização deste trabalho tem como objetivo mostrar os fatos, ocorrências, conseqüências de um dos períodos da nossa Literatura, o Pré-Modernismo.
Tentaremos mostrar claramente, com a melhor das intenções, os fatos e características de tal assunto, e também através da realização deste trabalho, procuraremos tirar o maior proveito para o nosso aprendizado, buscando colher mais informações úteis que sejam satisfatórias para que por meio da pesquisa, nós possamos engrandecer o nosso conhecimento.